nutricula #1
Melhores de 2023
Comecei a nutricula com o ano terminando, mas percebi que é o momento ideal para fazer aquela listinha de melhores desse ano (ideia retirada diretamente de Cartas a possíveis amigos).
Percebi que em 2023 acabei acompanhando diversas premiações, pelo menos bem mais do que nos outros anos, com exceção do Prêmio Sesc de 2022 em que a Taiane merecidamente ganhou e que desde então me roubaram ela e ainda não conseguimos tomar nosso cafezinho para botar todas as conversas em dia (leiam Mikaia).
Aqui as categorias e vencedores:
Melhores premiações de 2023
Num geral, achei um ano decepcionante, cheio de polêmicas, e por isso com certa dificuldade de focar na qualidade das obras (e aqui vale pra tudo: filmes, livros, jogos, música, etc). Se alguém acompanhou a cerimônia do The Game Awards esse ano, sabe bem do que estou falando. Eu não gostei de nenhuma das cerimônias pois acho que tinha que ter mais fala, festa, carnaval, celebração, e menos apertos de mãos e propaganda. Então, digo que nenhuma ganhou, mas fica aqui um exemplo do que eu queria que tivesse mais: a apresentação de Old Gods of Asgard, de Alan Wake 2. Sim, eu sou megalomaníaca e performática com festas.
Melhores ganhadores das premiações de 2023
Baldur’s Gate 3 ganhou meu coração esse ano, e essa categoria é a dele. Para vocês terem noção, Swen Vincke, fundador e CEO da Larian Studios, líder de desenvolvimento das séries Divinity e de Baldur's Gate 3, ficou de armadura durante todo o evento, até o final, quando subiu no palco para ganhar o maior prêmio.
Agora, vindo para mais perto, quero falar da Julia Dantas. “Ela se chama Rodolfo” ganhou o prêmio Alcides Maia de melhor romance de 2022 da Academia Rio-Grandense de Letras e pela AGES (Associação Gaúcha de Escritores) ganhou como Livro do Ano na categoria Narrativa Longa. Talvez tenha ganhou outros, mas peguei apenas as últimas informações que tive contato (foi um ano intenso demais). A melhor coisa de ter cursado Escrita Criativa na PUCRS foram as pessoas. E uma delas é a Julia (e a Taiane, e tantas outras). Eu sou bem emotiva e tenho um orgulho imenso de ver minhas amadas colegas e amigas tendo o reconhecimento que merecem. Eu tenho uma noção bem forte de comunidade quando se trata de literatura (e jogos), de me manter muito fiel às pessoas que fazem parte da minha vida, de comemorar com sinceridade o sucesso de quem admiro e espero que o mercado nunca tire isso de mim. E falando em ler a Julia, eis que conheci um outro ganhador através de uma resenha que ela fez para a Zero Hora. “Tinta Branca”, de Alexandre Alliatti, venceu o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria Melhor Romance de Estreia e foi finalista do Prêmio Jabuti. Foi minha grande surpresa desse ano. Um livro que, apesar do peso dos temas tratados, li muito rápido de tanto que gostei.
Melhores músicas de 2023
Sou uma pessoa bem silenciosa, quase não escuto música e, quando ouço, é uma repetição do que já gosto. Vou começar, então, por 5 músicas que não saem do meu repeat: “Please Please Please Let Me Get What I Want”, meu cover favorito do Deftones; “Duvet”, da Bôa; “The Less I Know The Better” de Tame Impala (pois até hoje o trecho “Come on Superman, say your stupid line” não saiu da minha cabeça), e finalizando com “Ego Lab”, de NoNameLeft com Hiboo. De lançamentos de 2023: “Space Tube 25” da Indira Paganotto, diva do techno, e Captain Hook; “Spiel mit mir”, mix de Rammstein; o álbum “13 Commandments” de Ghost; o EP “Candy Pop”, de Awolnation e o clipe “Secret World”, de Still Corners.
Melhores jogos de 2023
Essa categoria eu tenho propriedade para falar. Esse ano foram 48 jogos (conforme minha retrospectiva da Steam) e outras dezenas nas outras plataformas. Dos lançados nesse ano, destaque para Dave the Diver, absurdamente divertido, consegue reunir todo tipo de minijogo e dá vontade de continuar jogando para desbloquear tudo; uma surpresa inesperada e muito bem-vinda: a versão remasterizada de Resident Evil 4; a loucura cultural e linguística de Chants of Sennaar; aquele rpg true: Sea of Stars; Zelda: Tears of the Kingdom trouxe não apenas a continuação da saga mas também uma mecânica muito cômica de construção; Dredge, Diablo IV, Cocoon, e o inesperado Cyberpunk 2077: Phantom Liberty. Esse ano eu resolvi rejogar uns jogos que me marcaram a memória, mas que eu ainda não tinha tido a oportunidade de finalizar a história: e falar de memória começa com Vampire the Masquerade - Bloodlines, um jogo que marcou tanto a minha vida que é parte fundamental da minha personalidade. Uma surpresa foi Alan Wake. Eu lembrava de alguns trechos, mas a história me ganhou demais e pude ver a série e acompanhar os quadrinhos. Se tivessem 15 livros da saga, eu leria todos. Ainda teve botanicula, blasphemous, Dark Souls 3, Later Alligator, Children of Morta, Cult of the Lamb, Tomb Raider e o fiel Stardew Valley.
Dos platinados, Sable foi o grande destaque. Eu joguei um total de 33 horas, e foram absolutamente transformadoras. Não há combates ou morte, apenas exploração. E isso consegue ser um dos pontos fortes. Se eu for indicar um jogo (até para quem não gosta tanto assim de jogar), definitivamente é esse. Você precisa fazer o seu primeiro avoo e descobrir o que quer se tornar. Para isso, te emprestam Simoo, uma nave, e o poder de flutuar. A partir daí, você precisa deixar sua pequena vila para trás e começar a descobrir sobre cada uma das máscaras disponíveis e suas respectivas profissões. Você só volta quando souber exatamente o que quer ser, ainda que seja nenhuma das opções. As paisagens são lindas, o gráfico é bem único e as personagens são muito carismáticas.
Melhores filmes de 2023
Meu perfil no Letterboxd consta 117 filmes vistos esse ano, mas admito que não cheguei a acompanhar as grandes produções e fui pouco ao cinema. Vou citar, então, os que mais curti: “A Short Story”, de Bi Gan, tem um gato abandonado como protagonista, em uma breve jornada para descobrir o que é mais importante na vida dele (o visual é incrível); “The Strange Disappearance of Comrade Kuliakov” é um curta brasileiro de Lucas Abrahao, uma ficção científica muito curiosa; “Sick of Myself”, de Kristoffer Borgli, é uma rinha de pessoas narcisistas, e eu amei isso; para quem procura um terror esquisito, veja “Resolution”, de Aaron Moorhead; e para quem procura um terror 100% dos pampas, veja “When Evil Lurks”, de Demián Rugna; já para quem procura um filme absurdamente divertido, fica um destaque inegável para “Swing Girls”, de Shinobu Yaguchi, onde um grupo de meninas (e um menino) acabam envenenando sem querer o grupo de música da escola e, por isso, precisma pegar seu lugar para uma competição importante e por isso acabam descobrindo as maravilhas do Jazz; ainda na área da diversão, “They Cloned Tyrone”, de Juel Taylor, é uma ficção científica com blaxploitation da melhor qualidade. Então, chegamos nos filmes que me destruíram tanto que ainda não me recuperei: “Drive My Car”, de Ryusuke Hamaguchi, me deixou completamente quieta, pensativa e um tanto catatônica. E, por fim, a bomba emociocal que é “Aftersun”, de Charlotte Wells, que me deixou chorando de soluçar por mais de uma hora desde a cena final, e eu fiquei tão mal que não conseguia pegar o controle para desligar a televisão. Histórias sobre pais, sejam ausentes ou presentes, me tocam ao ponto da loucura e da exasperação.
Melhores leituras de 2023
O Goodreads sempre me ajuda a ter uma noção do que eu li (além do trabalho). A lista desse ano alcançou 55 livros lidos até aqui. Dos lançamentos desse ano, começo com “animal com dois corações”, da Christine Gryschek, e não apenas porque fui eu quem editou ele, mas porque é simplesmente um livraço de poesia, um mergulho maravilhosamente onírico. “Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong”, de Hwang Bo-reum, com tradução de Jae Hyung Woo, foi uma surpresa e tanto. Com uma linguagem simples, por falta melhor de definição, é a história do dia a dia da dona de uma livraria e de seu barista, que procuram no trabalho uma forma de viver melhor. Agora, dos menos recentes, mas lidos esse ano, “Praia de Manhattan”, de Jennifer Egan, com tradução de Sergio Flaksman, me deixou mais uma vez encantada com a escrita dessa autora e, não tem sinopse melhor: “universo noir povoado por gângsteres, mergulhadores e banqueiros durante os tempestuosos anos 1940.” De ficção científica, “Semente Originária”, de Octavia Butler, com tradução de Heci Regina Candiani, me ganhou demais, fiquei fascinada com o mundo apresentado e com a construção das personagens. Ainda de poesia, claro que preciso citar “Elegias de Duíno”, de Rilke, com tradução de Dora Ferreira da Silva. Mal li e já tenho vontade de reler, ficou todo colorido de tanto marcador que usei. Como passei muito tempo acompanhando leituras de trabalho, esse ano não consegui acompanhar muita coisa além disso, vamos ver se consigo melhorar isso nesse próximo ano.
Melhor ferramenta de 2023
Definitivamente o Tiktok. Das redes sociais, é a que mais uso pois acho que ela entende a melhor forma de usar a internet: nichos e intimidade. A minha qualidade de vida aumentou muito, aprendi de tudo nessa plataforma, de receitas à truques para casa, economia, notícias, técnicas de bordado, dicas de exercícios físicos, etc. A única coisa que não acompanho é justamente literatura pois a maior parte do conteúdo não conversa comigo. Então, tá aí um lugar que tem público e que pode render muita coisa boa.
Melhor foto do David e do Lynch de 2023
Não posso terminar essa lista de melhores coisas desse ano sem citar meus dois companheirinhos amados, que daqui a pouco já vai fazer 6 anos comigo, e que fazem deus dias melhores.
Boas festas e nos vemos em breve!







Você me perguntou o meu jogo do ano, e na verdade são jogos de outros anos que joguei em 2023: disco elysium (nem preciso comentar) e dark souls 2 que acho obra-prima subestimadíssima, sem dúvida melhor que o 3. o baldur's ainda não encontrei o tempo para engrenar, e o phantom liberty decidi recomeçar meu save do zero e não cheguei ainda no dlc (eita!)